sábado, 8 de março de 2014

A VINDA NAS NUVENS

A VINDA NAS NUVENS
Por: Rev. David Chilton
Tradutor: Rev. João Ricardo Ferreira de França.

Se não ressuscitou, mas que todavia está morto, como é que põe em fuga, persegue e derruba aos falsos deuses, que os incrédulos creem que estão vivos, e aos maus espíritos que eles adoram? Onde Cristo é nomeado, a idolatria é destruída e a fraude dos maus espíritos está exposta; de fato, nenhum espírito dessa classe pode suportar o Nome, mas que se ouve o som dele. Esta é a obra do que vive; e mais que isso, é a obra de Deus.
Atanasio, On the Incarnation [30]
            Temos visto que o discurso de Jesus no Monte das Oliveiras, registrado em Mateus 24. Marcos 13, e Lucas 21, trata do “fim” – não do mundo, mas de Jerusalém e o templo; faz referência exclusivamente aos “últimos dias” da era do antigo pacto. Jesus falou claramente de seus próprios contemporâneos quando disse que “esta geração” veria “todas as coisas”. A “grande tribulação” teve lugar durante a terrível época de sofrimento, guerras, fomes, e assassinatos em massa que conduziu à destruição do templo no ano 70 d.C. O que parece apresentar um problema para esta interpretação, contudo, é o que Jesus disse posteriormente:
E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus. (Mateus 24:29-31)
         Jesus parece estar dizendo que a segunda vinda ocorrerá imediatamente depois da tribulação. Ocorreu a segunda vinda no ano 70 d.C? Nós a perdemos? Primeiro, deixemos claro uma coisa logo de início: não há que ficar em torno dessa palavra, imediatamente. Significa imediatamente. Reconhecendo que a tribulação teve lugar durante  a geração que desde então vivia, também precisamos encarar o claro ensino da Escritura de que, qualquer coisa que Jesus esteja falando nestes versículos ocorreu imediatamente depois. Em outras palavras, estes versículos descrevem o que deve ter lugar no final da grande tribulação – o que forma seu clímax!
            Para entender o significado das expressões de Jesus nesta passagem, devemos entender o Antigo Testamento muito mais do que muita gente o entende hoje em dia. Jesus estava falando para um público que estava intimamente familiarizado com os mais obscuros detalhes da literatura do Antigo Testamento. Haviam ouvido ler e expor o Antigo Testamento por incontáveis de vezes durante suas vidas, e haviam memorizado longas passagens. As imagens e as formas de expressão bíblicas haviam formado sua cultura, seu ambiente, e seu vocabulário desde a mais tenra infância, e isto havia ocorrido por gerações. A diferença entre sua perspectiva e a nossa se pode ilustrar pelo fato de que, ainda que grande parte da discussão deste livro acerca do tema do paraíso provavelmente seja muito nova para você, haveria sido muito familiar para os discípulos.
            O fato é que, quando Jesus falou para os seus discípulos da queda de Jerusalém, usou linguagem profética. Havia uma “linguagem” de profecia reconhecível instantaneamente pelos que estavam familiarizados com o Antigo Testamento (algo do qual já temos abrangido em nosso estudo do Éden). Ao predizer Jesus o completo fim do sistema do antigo pacto – o qual era, em certo sentido, o fim de todo um mundo – Jesus falava dele como o haveria feito qualquer dos profetas, na linguagem comovedora do juízo do pacto. Consideraremos cada um dos elementos da profecia, vendo como o seu uso anterior pelos profetas do Antigo Testamento determinava seu significado no contexto do discurso de Jesus sobre a queda de Jerusalém. Lembre-se que nosso padrão final de verdade é a Bíblia, e a Bíblia somente.
O sol, a lua e as estrelas.
            Jesus disse que, ao fim da tribulação, o universo de derrubaria: A luz do sol e a lua se extinguiriam, as estrelas cairiam, as potências dos céus seriam abaladas. A base para este simbolismo está em Genesis 1.14-16, onde se diz que o sol, a lua e as estrelas (“as potências dos céus”) são “sinais” que “governam” o mundo. Mais tarde na Escritura, estas luzes celestiais se usam para falar das autoridades e governantes terrenos; quando Deus ameaçava em ir contra eles em juízo, usa-se a mesma terminologia do universo que cai para descrevê-lo. Profetizando a queda da Babilônia ante os medos no ano de 539 a.C., Isaías escreveu: “Eis que vem o Dia do SENHOR, dia cruel, com ira e ardente furor, para converter a terra em assolação e dela destruir os pecadores. Porque as estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua luz.” (Isaías 13.9-10 ARA)
            De maneira significativa, Isaías profetizou mais tarde a queda de Edom em termos de re-criação: “Todo o exército dos céus se dissolverá, e os céus se enrolarão como um pergaminho; todo o seu exército cairá, como cai a folha da vide e a folha da figueira.” (Isaías 34.4 ARA).
            O contemporâneo de Isaías, o profeta Amós, predisse a destruição de Samaria (722 a.C) quase da mesma forma: “Sucederá que, naquele dia, diz o SENHOR Deus, farei que o sol se ponha ao meio-dia e entenebrecerei a terra em dia claro.” (Amo 8.9 ARA).
            Outro exemplo é do profeta Ezequiel, que predisse a destruição do Egito. Deus disso isto por meio de Ezequiel: “Quando eu te extinguir, cobrirei os céus e farei enegrecer as suas estrelas; encobrirei o sol com uma nuvem, e a lua não resplandecerá a sua luz. Por tua causa, vestirei de preto todos os brilhantes luminares do céu e trarei trevas sobre o teu país, diz o SENHOR Deus.” (Ezequiel 32.7-8 ARA).
            Precisamos enfatizar que nenhum destes eventos ocorreu literalmente. Deus não tinha por intenção que ninguém colocasse um sentido literal nestas declarações. Contudo, poeticamente, todas estas coisas ocorreram de fato: pelo que diz respeito a estas nações ímpias “as luzes se apagaram”. Esta é simplesmente a linguagem figurada, que não nos surpreenderia se estivéssemos mais familiarizados com a Bíblia e apreciássemos seu caráter literário.
            Por conseguinte, o que Jesus está dizendo em Mateus 24, em terminologia profética reconhecível imediatamente por seus discípulos, é que a luz de Israel se apagaria; a nação do pacto deixaria de existir. Quando a tribulação terminara, o Antigo Israel desapareceria.

O sinal do Filho do Homem.
            A maioria das traduções modernas de Mateus 24.30 diz algo como isto: “E então o sinal do Filho do Homem aparecerá no céu [...]” Este é um erro de tradução, baseado, não no texto grego, mas nas errôneas suposições dos próprios tradutores sobre o tema desta passagem (acreditam que se está falando da segunda vinda). Uma tradução do texto grego, de forma intelinear, diz na realidade:
E então aparecerá o sinal do Filho do Homem no céu[1] [...]
            Como você pode ver, na tradução correta aparecem duas diferenças importantes: a primeira, o local de qual fala é o um céu, não só o firmamento; segunda, não é o sinal o que está no céu, mas que é o Filho do Homem o que está no céu. O que queremos dizer é simplesmente que este grande juízo sobre Israel, a destruição de Jerusalém e o templo, seriam o sinal de que Cristo Jesus está em seu trono no céu, a destra do Pai, governando as nações e trazendo vingança sobre seus inimigos. O cataclismo do ano 70 d.C., divinamente ordenado, revelou que Cristo havia tirado o reino a Israel e o havia dado a igreja; a desolação do antigo templo era o sinal final de que Deus havia abandonado e agora morava em um novo templo, a igreja. Todos estes são aspectos da primeira vinda de Cristo, partes cruciais da obra que veio levar a cabo por meio de sua morte, ressurreição e ascensão ao trono. É por isto pelo que a Bíblia fala do derreamento do Espírito Santo sobre a igreja e a destruição de Israel como o mesmo evento, porque estavam intimamente conectadas entre se teologicamente. O profeta Joel predisse tanto o dia de Pentecostes como a destruição de Jerusalém sem tomar alento:
E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias. Mostrarei prodígios no céu e na terra: sangue, fogo e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como o SENHOR prometeu; e, entre os sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar.
 (Joel 2.28-32 ARA)
            Como veremos no capítulo 13, a inspirada interpretação de Pedro no texto de Atos 2 estabelece o fato de que Joel está falando do período desde o derramamento inicial do Espírito até a destruição de Jerusalém, desde o Pentecostes até o Holocausto. Para nós, é suficiente observar aqui que nesta passagem se usa a mesma linguagem de juízo. A interpretação comum e barata  de que as “colunas de fumaça” são nuvens em forma de cogumelo de explosões nucleares é uma distorção do texto, e uma interpretação completamente errada da linguagem profética da Bíblia. Igualmente teria sentido dizer que a coluna de fogo e fumaça durante o Êxodo era o resultado de uma explosão nuclear.
As nuvens do céu.
            De maneira apropriada, isto nos leva ao seguinte elemento da profecia de Jesus sobre a destruição de Jerusalém:
 “E então se lamentarão todas as tribos da terra, e verão ao Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.” Aqui a palavra tribos se refere primeiro as tribos da terra de Israel; e o “lamento” provavelmente é nos dois sentidos. Primeiro, se lamentariam da tristeza pelo sofrimento e a perda de sua terra; segundo, se lamentariam finalmente arrependidos de seus pecados, quando se convertam de sua apostasia (ver. Capítulo 14).
            Porém, como é que veriam a cristo vindo sobre as nuvens? Os que já leram os capítulos 7 e 8 deste livro terão poucas dificuldades para responder a esta pergunta. Em primeiro lugar, durante todo o Antigo Testamento, Deus esteve vindo “nas nuvens”, para salvar a seu povo e destruir a seus inimigos: “pões nas águas o vigamento da tua morada, tomas as nuvens por teu carro e voas nas asas do vento”. (Salmos 104.3  ARA). Quando Isaías profetizou o juízo de Deus sobre Egito, escreveu: “Sentença contra o Egito. Eis que o SENHOR, cavalgando uma nuvem ligeira, vem ao Egito; os ídolos do Egito estremecerão diante dele, e o coração dos egípcios se derreterá dentro deles.” (Isaías 19.1 ARA). O profeta Naum falou de forma similar da destruição de Nínive por parte de Deus: “O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés.” (Naum 1.3 ARA).  O que Deus “venha nas nuvens do céu” é um símbolo bíblico quase comum de sua presença, seu juízo e sua salvação.
            Contudo, mais que isto, está o fato de que Jesus está se referindo a um evento específico relacionado com a destruição de Jerusalém e o fim do antigo pacto. Falou dele novamente durante seu juízo, quando o sumo sacerdote lhe perguntou se era o Cristo, e Jesus contestou: “Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu.” (Marcos 14.62; ver. Mateus 26.64). Obviamente, Jesus não ser referia a um evento milhares de anos no futuro. Falava de algo que seus contemporâneos – “esta geração” – viria durante sua vida. A Bíblia nos diz exatamente quando Jesus veio nas nuvens do céu:
“Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos”. (Atos 1.9  ARA).
“De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus”. (Marcos 16.19 ARA).
            Notamos no capítulo 8 que foi este evento, a ascensão à destra de Deus, o que Daniel havia previsto:
Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.
 (Daniel 7.13-14 ARA)
            A destruição de Jerusalém era o sinal de que o Filho do Homem, o segundo Adão, estava no céu, governando ao mundo e dispondo-o para seus próprios fins. A sua ascensão, havia vindo nas nuvens do céu para receber o reino da parte de seu Pai; a destruição de Jerusalém era a revelação deste fato. Por conseguinte, em Mateus 24 Jesus não estava profetizando que viria literalmente nas nuvens do ano 70 d.C. (ainda que isto era certo figuradamente). Sua “vinda sobra as nuvens” literal, em cumprimento a Daniel 7, havia ocorrido 40 anos antes. Mas, no ano 70 d.C., as tribos de Israel viram a destruição da nação como resultado de haver Ele (Cristo) ter ascendido ao trono do céu para receber seu reino.


Juntar os escolhidos.
            Finalmente, é resultado da destruição de Jerusalém será que Cristo enviou seus “anjos” para juntar aos escolhidos. Não é isto o arrebatamento? Não. A palavra anjos significa simplesmente  mensageiros[2] (ver. Tiago 2.25), seja a sua origem celestial ou terrena; é o contexto que determina  se fala-se de criaturas celestiais ou não. Geralmente, a palavra significa pregadores do evangelho (ver. Mateus 1.10; Lucas 7.24; 9.52; Apocalipse 1-3). No contexto, há várias razões para supor que Jesus estava falando do evangelismo mundial e a conversão das nações que seguirá a destruição de Israel.
            O uso que Cristo faz da palavra juntar é significativo a este respeito. Literalmente, a palavra é um verbo que significa reunir na sinagoga; o significado é que, com a destruição do templo e o sistema do antigo pacto, o senhor envia seus mensageiros para que juntem seu povo escolhido em uma nova sinagoga. Na realidade, Jesus está citando Moisés, que havia prometido: “Ainda que os teus desterrados estejam para a extremidade dos céus, desde aí te ajuntará o SENHOR, teu Deus, e te tomará de lá.” (Deuteronômio 30.4 ARA). Nenhum dos dois textos tem nada a ver com o arrebatamento; ambos tem a ver com a restauração e o estabelecimento da casa de Deus, a congregação organizada de seu povo do pacto. Isto fica mais pungente até mesmo quando nós nos lembrarmos do que Jesus havia dito justamente antes deste discurso: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta” (Mateus 23.37-38 ARA).
            Devido ao fato de que Jerusalém apostatou e rejeito ser recolhida como em uma sinagoga sob Cristo, seu templo seria destruído, e se formaria uma nova sinagoga e um novo templo: a igreja. Claro que, o novo templo foi criado no dia de pentecostes, quando o Espírito Santo veio morar na igreja. Porém, o fato da existência do novo templo só seria óbvio quando o andaime do antigo templo e o sistema do antigo pacto fosse destruído. As congregações cristãs começaram imediatamente a chamar-se a si mesmas de “sinagogas” (que é a palavra usada em Tiago 2.2), enquanto que chamavam as reuniões judaicas de “sinagogas de Satanás” (Apocalipse 2.9; 3.9). Porém, viviam esperando o dia do juízo sobre Jerusalém e o antigo templo, quando a igreja seria revelada como o templo verdadeiro e a sinagoga verdadeira de Deus. Devido ao fato de que o sistema do antigo pacto havia “se tornado antiquado” estava “próximo a desaparecer” (Hebreus 8.13), o escritor de Hebreus lhes instava a ter esperança “não deixando de congregar-nos [como em um sinagoga], como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”. (Hebreus  10.25; veja 2ª Tessalonicenses 2.1-2  ARA)
            A promessa do Antigo Testamento de que Deus “juntaria” [como em uma sinagoga] a seu povo sofre uma grande mudança no Novo Testamento. Em vez da forma simples da palavra, o termo usado por Jesus tem a preposição grega epi[3] como prefixo. Esta é uma expressão favorita do novo pacto, que intensifica a palavra original. Por conseguinte, o que Jesus está dizendo é que a destruição do templo no ano 70 d.C. o revelará vindo nas nuvens para receber seu reino; e exibirá a sua igreja diante do mundo como a plena, verdadeira e super sinagoga.











[1]Nota do Tradutor:   καὶ τότε φανήσεται τὸ σημεῖον τοῦ υἱοῦ τοῦ ἀνθρώπου ἐν οὐρανῷ (kai tote fanesetai to semeion tou hyou to anthropou en ouranô)
[2] Nota do Tradutor: O texto Grego diz [Tiago 2.25] -  “ὁμοίως δὲ καὶ Ῥαὰβ ἡ πόρνη οὐκ ἐξ ἔργων ἐδικαιώθη ὑποδεξαμένη τοὺς ἀγγέλους καὶ ἑτέρᾳ ὁδῷ ἐκβαλοῦσα;” – angelous = mensageiros, emissários.
[3] Nota do Tradutor: epi  

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